quinta-feira, 28 de setembro de 2017

LIÇÃO 18


O que seria de nós sem eles?
Livro apresenta os 100 inventos mais importantes da história da humanidade



Olhe à sua volta. Pense em tudo o que você já aprendeu e responda nos comentários: qual é a invenção mais importante de toda a história da humanidade? O computador? A televisão? Em meio a tantas descobertas, é bem complicado definir aquelas que são as mais importantes, não é?

Apesar disso, o escritor americano Tom Philbin não desanimou frente ao desafio. Ele fez uma lista com as invenções que considera dignas de nota e selecionou uma centena para apresentar no livro As 100 maiores invenções da história , publicado pela editora Difel.


Fruto de muita pesquisa e reflexão, a obra traz a roda como a primeira colocada do ranking – nada mais justo, já que, se olharmos com cuidado, essa antiga invenção está presente em quase tudo à nossa volta. Mas existem muitas surpresas, como a presença do vaso sanitário na lista e, acredite, em boa colocação!

Mas qual a importância de uma invenção? Melhorar a vida do ser humano? Torná-la mais confortável? Como é muito difícil responder a essa pergunta, você pode não concordar com as escolhas de Philbin. Então, que tal fazer sua própria lista, com as maiores invenções da humanidade na sua opinião? Antes, no entanto, vamos conhecer a fantástica história de algumas delas. A posição de cada uma no ranking das 100 mais está entre parênteses, para você concordar ou… discordar!

O papel (12ª)

A história do papel começou na China, há quase dois mil anos. No ano 49 antes de Cristo (a.C), os chineses já fabricavam papel a partir de cascas de árvores, de bambu e de uma planta chamada cânhamo. Da China, o papel chegou ao Japão (onde era usado também para fazer bonecas, leques e até divisórias para casas!) e à Europa, por meio dos árabes. O papel como conhecemos hoje começou a surgir em 1852, quando passou a ser produzido a partir da polpa da madeira.

Os óculos (16ª)


Os primeiros óculos surgiram entre 1268 e 1289, em Veneza, na Itália. Mas eles não eram bem como conhecemos hoje. Na verdade, nem mesmo as lentes eram feitas de vidro e sim de um mineral chamado quartzo! Por quê? Simples: o vidro ainda não havia sido inventado! Além disso, durante um bom tempo, as lentes foram coloridas, pois se acreditava que a lente branca deixava passar muita luz. O preço salgado – chegavam a custar o equivalente a milhares de reais – permitia que só os mais ricos possuíssem óculos, mas em muitos lugares, como na Inglaterra e na França, ele só era usado em segredo, escondido de todo mundo. Na Espanha, por outro lado, quem usava óculos era visto como alguém de maior importância e dignidade. Vai entender!

O vaso sanitário (20ª)

Apesar de relatos sobre vasos sanitários existirem há mais de quatro mil anos na Índia, foi somente no século 18 que ele se popularizou. Os primeiros modelos foram criados em 1596, mas só em 1738 foi inventada uma privada com válvula de descarga e apenas em 1775 surgiu o primeiro vaso que mantinha sempre água no fundo, diminuindo os odores. Antes disso, as pessoas se livravam dos dejetos enterrando-os nos bosques, atirando-os pela janela nos esgotos a céu aberto ou nos rios.

A anestesia (34ª)

Já pensou fazer uma operação sem anestesia? Pois há cerca de 200 anos, não havia escolha. Afinal, a história da anestesia só começa no século 18, quando se descobriu que o óxido nitroso deixava as pessoas insensíveis à dor. Em 1842, pequenas cirurgias começaram a ser feitas com éter – uma substância parecida com o óxido nitroso – como anestésico. Porém, a anestesia só passou a ser oficialmente empregada quatro anos depois e logo surgiram técnicas e compostos que permitiam anestesias locais. Pense bem: será que, sem a anestesia, a maioria dos nossos avanços na medicina seria possível?

As embarcações de madeira (40ª)



Durante milhares de anos, os barcos de madeira permitiram que o ser humano explorasse o mundo, comercializasse suas mercadorias, entre outros feitos. Os primeiros barcos aparentemente foram construídos por volta de 4000 a.C., pelos fenícios, povo que vivia no Oriente Médio. Com barcos com uma única vela, 60 metros de comprimento e até 200 remadores, eles foram os primeiros a fazer sucesso com o comércio marítimo. Séculos depois, os gregos dominaram os mares e criaram embarcações mais longas, voltadas para a guerra.

O relógio (44ª)

Não é de hoje que o ser humano procura marcar o tempo. Há 5000 anos, os egípcios já se orientavam por meio das sombras projetadas pelo Sol. O primeiro tique-taque de um relógio, porém, só foi ouvido em 1285, com a invenção do mecanismo capaz de mover as engrenagens em intervalos regulares. Nessa época, os relógios possuíam apenas o ponteiro das horas e eram bastante imprecisos. O ponteiro dos minutos só apareceu em 1680 e o dos segundos, anos depois. A partir da década de 1930, surgem os relógios de quartzo, digitais, os mais utilizados hoje em dia.

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

LIÇÃO 17


Descoberta por acaso
Uma nova espécie de peixe da Amazônia



Lambari, surubim, arraia, tucunaré, pirarucu, traíra, dourado, poraquê… Os rios e lagoas do Brasil abrigam muitos peixes. São mais de três mil espécies registradas pelos cientistas. E esse número aumenta a cada ano com a descoberta de novas espécies. Em agosto de 2017, essa longa lista ganhou mais um representante encontrado bem perto da cidade. Acompanhe…


(foto: de Pinna e colaboradores / Zoological Journal of the Linnean Society, 2017)

Com corpo comprido e nadadeiras transparentes, os peixes da nova espécie medem até 15 centímetros de comprimento. Eles se alimentam de pequenos invertebrados, como camarõezinhos de água doce.


Tudo começou em 1999, quando Ilse Walker, cientista do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), procurava pequenos animais, como insetos e camarõezinhos, em um igarapé no rio Tarumã-Mirim, na capital do Amazonas, Manaus. Os igarapés são estreitos canais do rio, geralmente de águas rasas e que percorrem o interior da floresta, sendo bastante comuns na Amazônia.

Durante o trabalho, Ilse acabou capturando um peixinho de corpo comprido, com pouco mais de 2 centímetros. Ela o levou para o Inpa, onde colegas ictiólogos – especialistas em peixes –notaram ser um peixe jovem, mas não conseguiram identificar sua espécie.

A partir daí, os cientistas passaram a procurar nos igarapés amazônicos por mais peixes como aquele. Isso os permitiria preparar uma descrição mais detalhada das suas características, especialmente dos animais adultos. Aos poucos, e graças a muito esforço, novos peixinhos foram sendo encontrados em pequenas poças d’água na mata, enterrados entre amontoados de folhas mortas.

(foto: de Pinna e colaboradores / Zoological Journal of the Linnean Society, 2017)

Os peixinhos foram encontrados principalmente em pequenas poças como esta da foto. Durante o período de chuvas, elas se conectam aos cursos d’água, permitindo aos peixes se deslocarem pela floresta. 


Com um número suficiente de peixes em mãos, os ictiólogos puderam examinar com cuidado o corpo deles, inclusive o esqueleto de alguns. Quase 20 anos depois daquela primeira descoberta por acaso, os cientistas divulgaram que esses peixes pertencem não apenas a uma nova espécie, mas também a um novo gênero. E, o que é ainda mais fantástico, a uma nova família!

Só para lembrar, as espécies são agrupadas em gêneros, que são agrupados em famílias de acordo com as características de sua anatomia, ou seja, do seu corpo, e do código genético, indicando o parentesco evolutivo entre elas. Descobrir uma nova família de peixes é como conseguir encaixar peças muito importantes em um grande quebra-cabeças.





Os peixinhos coletados estão preservados na coleção científica do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), onde pesquisadores do mundo todo poderão estudar ainda mais detalhes sobre a nova espécie. (foto: de Pinna e colaboradores / Zoological Journal of the Linnean Society, 2017)



A nova espécie ganhou o nome de Tarumania walkerae. O nome do gênero é uma referência ao igarapé Tarumã-mirim, onde a maioria desses peixes foi coletada. O nome específico é uma homenagem à doutora Ilse Walker, por sua descoberta feita por acaso, em 1999. E a família, como se chama? Pelas regras de nomenclatura, o nome da família é sempre baseado no nome de um dos gêneros que a compõem. Neste caso, como o único gênero em questão é Tarumania, a família foi batizada de Tarumanidae.

Se pertinho da cidade existem peixes tão incríveis como a Tarumania, imagine quanta riqueza viva e desconhecida por nós existe nos milhões de quilômetros de rios do Brasil. Cabe a nós conhecê-la, estudá-la e preservá-la.

AGORA É COM VOCÊ, REGISTRE SUA OPINIÃO EXPLICANDO A IMPORTÂNCIA DE CONHECERMOS E ESTUDARMOS VÁRIAS ESPÉCIES DE SERES VIVOS.